De outras cartas e elegias

De que vale, se de tudo fui testemunha? De que vale se não há pra quem contar? O passado não passa de um guardanapo engordurado. No seu caso, um rascunho bem feito de uma caricatura minha. Choro agora – e tenho no meu choro mais sinceridade do que qualquer discurso político. Um soco no estômago. Crime   torpe em minha rotina. Sinto falta do silencio que não incomoda. Quem saberá o que se passou antes do ápice de sua ausência? Somos separados por minutos. Que se danem os espíritas se o meu apego te puxa de volta. Ainda lembro-me das esquinas. Ainda choro com tuas músicas. Prefiro-te aqui por perto. Sem choramelas nem demagogia; só saudade. Quero alguém pra pilotar o Jipe azul; quero alguém pra acertar o alvo; quero alguém pra arrumar meu acampamento quando eu não estiver em condições de fazê-lo. Quero te pedir perdão – se houver razão; ainda que tarde. Sou caricatura d’um retrato que foi embora.

Um comentário:

  1. "que se danem os espiritas se o meu apego te puxa de volta" é isso ai... nada tira ele da paz (quem conhecia pode afirmar isso e sentir isso) então deixa a gene sofrer a falta em paz rsrsrsrs
    beijo
    Aline, sua prima

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