Ato de Café

(...)


- Deveríamos deixar de viver desse jeito.
- Como assim, Téo?
Em terceira pessoa, Gaia. Enxergando-nos de longe. Faço tudo como se me observassem: cabelo, roupa e copo. Sinto-me culpado por aquilo que não fiz. Você sente isso? Consegue se olhar de longe?
- Não.
- Por isso você é feliz.

Téo vira o copo, matando de súbito a dose que continha nele. Gaia não tinha decifrado a bebida; não precisava. De amarga, bastava a vida. 

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